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6 de dezembro de 2011

Entrevista Wanessa

04/11/2011
Mesmo sob o turbilhão de notícias envolvendo seu nome e o do humorista Rafinha Bastos, Wanessa nos deu 10 minutos de sua disputadíssima atenção durante o desfile da marca Planet Girls, na 4ª Campinas Mostra Moda. Com a barriguinha evidenciando os sete meses de gravidez, falou com simpatia e brilho nos olhos sobre a sua carreira, a maternidade e seu envolvimento com a moda.

Por Pauline Meiwald

“Não vai perguntar nada sobre o caso daquele cara do CQC não, né?”. Foi com esta pergunta-proibição que a produtora de Wanessa Camargo, que hoje assina seu trabalho apenas como Wanessa, recebeu-me no camarim da cantora, poucos minutos antes de começar o desfile do qual ela participaria. A preocupação da moça fazia sentido: qual repórter ou curioso não iria querer uma informação dessas àquela altura dos fatos? Wanessa ainda não havia dado nenhuma declaração sobre o ocorrido, nem sobre os processos que move contra o humorista Rafinha Bastos, que declarou, em rede nacional, que “comeria ela e o bebê” (referindo-se à cantora e a seu filho).
Com mais de 1,5 milhão de discos e DVDs vendidos em 11 anos como cantora profissional, Wanessa já cortou o cordão que ligava sua carreira à do pai, Zezé di Camargo. Depois de abandonar as baladas românticas, adotar um estilo musical pop globalizado e contar com a participação de grandes nomes internacionais em seu trabalho, a cantora reconstruiu sua imagem e ganhou seu próprio público, que pouco se importa se ela é ou não filha de algum astro sertanejo. Acompanhe a seguir nosso bate-papo.

O público gay já adotou você como diva, ainda mais agora, em sua nova fase musical. O que você pensa disso? Qual é a sua relação com o mundo gay?
Na verdade, eu estou no caminho ainda. Não me considero diva. Fico feliz de ver que o público GLBT abraçou esse trabalho e que o material tenha uma identificação muito forte com esse público. Eu fico extremamente feliz porque é um público crítico, que entende de música, show, figurino, tudo. São muito específicos, são bem criteriosos. Então, eu fico feliz de ver que eles estão elogiando, dançando, cantando as músicas junto, eu acho que isso é o mais importante. A missão ainda está começando, mas é um passo cumprido, vamos dizer assim.

Você tem medo de ficar estigmatizada como uma cantora de gay music?
Eu não tenho medo nenhum de rótulos. É uma coisa com a qual convivi a vida inteira. Eu ouvi uma frase na Ana Maria Braga, que eu achei o máximo, que é muito o que eu penso: “Tudo o que as pessoas te dão na vida, é uma questão de você querer ou não, aceitar ou não”. Eu não aceito rótulos, porque eu não me vejo assim. Me vejo como uma pessoa cheia de vontade de aprender, com muita coisa ainda para viver na vida, musicalmente também. Então, tudo o que acontece na minha carreira é um momento diferentes pra mim. E o que as pessoas veem e põem, como rótulos e o que eu sou ou não, é delas. Por isso, eu não tenho como ficar preocupada com o que cada um vai pensar, dizer ou ver. Eu não vou controlar mesmo. Vou tentar fazer o melhor que posso na minha vida, dentro do meu trabalho, que é onde eu devo alguma satisfação.

Seus dois últimos álbuns foram cantados em inglês. Você já tem planos sólidos para a carreira internacional?

Sólidos, não. Na verdade, a gente teve algumas surpresas no caminho, ter as músicas tocando em alguns lugares que eu nem imaginava. Por exemplo, Sticky Dough [música do último álbum lançado da cantora, DNA] está tocando mesmo nas baladas na Espanha, porque alguns DJ’s ouviram, gostaram, e a coisa começou a se propagar. Isso é muito legal. Então, tomara que daqui um tempo eu consiga planejar alguma coisa mais oficial, que eu tenho vontade e quero, mas eu vou deixar para o ano que vem.

E agora, com o nascimento do bebê, como ficam os planos profissionais? Há alguma mudança, você pretende fazer alguma pausa no trabalho?
Olha, era até para eu ter pausa, mas a agenda está completa. Eu tenho apresentação de shows até dia 29 [de outubro], mas daí tem tevê, que está marcada para novembro, mais uma batelada de coisas. Então, eu acho que paro mesmo durante dezembro, janeiro e fevereiro. Paro de fazer shows, dançar e cantar, mas de resto a gente não vai parar não.

Mesmo antes de ter nascido, seu bebê acabou sendo envolvido no escândalo com o Rafinha Bastos. Como você pretende proteger seu filho da mídia?
Não vou ser uma mãe “minha cria ninguém vai ver”. Meu filho vem com muita luz para eu mostrar para o mundo inteiro e boas energias virão pra ele, eu tenho certeza disso. As pessoas que chegarem perto do meu filho estarão com energia boa. Eu não tenho problema nenhum em mostrar ele do jeito que vier.

Para uma entrevista à revista Quem, em 2006, você disse que quando tivesse um filho, não o deixaria nem ver tevê. Hoje, grávida, você ainda pensa assim?
Eu sou bem caretinha com educação. É que acho que tem caminho pra tudo, e idades. Então, obviamente, televisão e eletrônicos no começo… Não é legal. Eu quero que meu filho brinque na lama, brinque na terra, suba em árvore – que foram coisas que eu fiz. Para que ele não seja um bichinho de apartamento. Eu acho que vai ter a fase, não tem como controlar quando começar o contato com os amiguinhos. Ele vai querer ter essas coisas, mas eu quero muito trazer essa vida ao ar livre pra ele. É o que eu mais quero.

Você já foi uma filha da mídia: seu pai é famoso e você escolheu trilhar esse caminho, também. Se seu filho, assim como você, quiser seguir uma carreira na mídia, terá seu apoio? Que conselhos você daria a ele?
Mas foi diferente. Meu pais foram ficar famosos quando eu já tinha 11 anos. Eu já queria ser do meio com oito anos de idade, já queria fazer música, então já era aquela menininha que ficava fazendo números de teatro, de dança e de música em casa. Me apresentava, já tinha banda cover com 11 anos, então era bem diferente. Deixa ele nascer, daí eu vejo como vai ser a coisa.  O que ele quiser ser, que ele seja feliz. Só isso que eu quero.

Estamos em um evento de moda em Campinas. Como você vê a cena fashion do interior?
Campinas, pra mim, é uma cidade tão importante quanto São Paulo em questão de negócios, de moda. Então eu fiquei muito feliz de trazer o Glamour Rock [coleção de roupas assinada por Wanessa em parceria com a marca Planet Girls], que é a primeira vez que a gente está mostrando por aqui. É uma parceria diferente das outras. Ela tem um grau de responsabilidade maior, e essa concepção nasceu aqui dentro também. Foi uma parceria, então a responsabilidade é muito maior do que simplesmente desfilar ou vender a roupa que você foi chamada para vender – é bem diferente. Você acredita naquela roupa, quer mostrar uma coisa que você criou também. Hoje eu estou com essa coisa do empresário um pouco mais na cabeça, sem ser só a cantora se apresentando. Eu estou com a mente um pouco mais empresarial aqui e achando o máximo, mas dá um nervoso a mais, bem maior, eu espero que as pessoas gostem da coleção, porque vai ser a primeira vez que a galera vai ver. O catálogo acabou de ficar pronto, então é agora que o público vai começar a conhecer.

Você já disse em entrevistas que se achava breguinha há alguns anos. Hoje, como você lida com a moda?
Antes eu era uma vítima da moda. Era total fashion victim porque eu vestia o que estava na moda, o que era legal, o que as minhas amigas vestiam. Aos poucos, fui descobrindo quem eu sou dentro da vestimenta da moda. Primeiro, tem uma coisa a ver com amadurecimento próprio, que você vai vendo que você não precisa vestir o que está na moda, ao contrário, agora me irrito quando todo mundo está vestindo a mesma coisa, algo que está todo mundo gostando. Não sou aquela que usa uma coisa hoje porque tem que usar. Eu uso aquilo que acho que vai vestir bem o meu corpo e que vai me fazer sair de casa, que é essa a intenção, sempre me sentido o máximo e feliz com aquilo que estou mostrando às pessoas.





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